[f i l m e s d o c h i c o]

27 de abr. de 2004

PRATO QUE SE COME QUENTE

Tarantino volta do auto-exílio com uma história de vingança cheia de referências deliciosas



Prólogo. Eu ando com preguiça de escrever. Não sei bem o que é. Acho que é fase mesmo. Mas hoje de manhã cheguei em casa resolvido de que tentaria formatar alguns pensamentos sobre Kill Bill: Vol. 1, de Quentin Tarantino, que eu vi no sábado aqui em Salvador. Quando entrei no meu quarto, Uma Thurman, morena, me encarava direto da capa do roteiro de Pulp Fiction, livreto que eu comprei há uns bons anos, pouco tempo depois de algumas visitas ao cinema para ver o filme. Tive certeza de que era a hora de escrever.

Agora é o texto em si. Durante o hiato de mais de seis anos sem filmar, muito se comentou e se especulou sobre qual seria o próximo projeto de Quentin Tarantino. Até uma adaptação de Macbeth, de Shakespeare, estaria nos planos do mais importante cineasta surgido na década passada*. Mas não foi o dramaturgo que inspirou o diretor no novo trabalho. Da obra do bardo, apenas a violência é ponto de encontro com o filme mais recente de Tarantino, que resolveu investigar ainda mais fundo os limites entre o cult e o kitsch e mergulhou numa salada de faroeste e kung fu.

E para contar sua história de vingança, o cineasta recrutou uma parceira de seu filme mais famoso. Uma Thurman. …cause everybody knows she’s a femme fatale…. Sem desmerecer o resto do elenco, é dela boa parte do crédito pelo esplendor visual do filme. Uma mulher linda, absolutamente deslumbrante. E que ainda faz aquilo tudo. “Aquilo”, por sinal, é parte do universo de todos os filmes de Tarantino, que - alguém já parou pra pensar? - só filma histórias de personagens do submundo. Mas que sabe deixar seus bandidos tão atraentes que quem vem vai contra eles é que é o verdadeiro vilão do filme.

Em Kill Bill: Vol. 1, as regras são as mesmas que Tarantino já deixou claras desde 92: referências da cultura pop (entenda como quiser ou não entenda), edição esfacelada (o que sempre funciona bem em seus filmes, mas vira virtuosismo em muitos filhotes), violência (ainda que estilizada) e muito humor e sarcasmo. O equilíbrio entre o escracho e a seriedade é tênue, mas nunca passa do ponto, um dos maiores trunfos do filme que guarda uma diferença de seus irmãos mais velhos: o abandono da verborragia.



Um dos grandes senões do cinema de Tarantino era a necessidade quase que primordial de mostrar suas referências. Os diálogos cheios de citações, com muitas brincadeiras com música, cinema, literatura e o mundo contemporâneo funcionaram durante muito tempo, mas ficaram desgastadas com o tempo e caíram em desuso. O cineasta, muito esperto, se deu conta disso e fala menos do seu novo filme. As referências culturais deixaram o plano da palavra e ganharam forma. Tarantino agora mostra mais do que diz. As imagens contam tudo, fazem as brincadeiras, provocam o espectador. Esta talvez a prova mais concreta de que o cineasta evoluiu. Materializar intenções não é fácil. Um pecado de muito diretor por aí, cheio de boas idéias que conseguem se solidificar.

Sally Menke, a grande montadora dos anos 90, reprisa sua fórmula de rearranjamento de tempo criando curiosos enlaces, mas como filme foi dividido em dois, o processo não parece concluído e a justificativa para desconstruir a narrativa não se mostra suficiente. Único ponto realmente questionável. A estilização estética está cada vez maior. A direção de arte é a melhor já vista num filme de Tarantino. Aqui, mais que adereço, ela é signo. Dá inclusive para se fazer um paralelo entre a evolução visual do cinema de Tarantino com o de Almodóvar. Enquanto espanhol estilizou seus filmes ao ponto de se despedir do brega e adotar um kitsch blasé, Tarantino passou a se preocupar mais com o que mostrar e deixou seu filme mais bonito.

Mas o grande elemento de destaque em Kill Bill: Vol. 1 é a direção de fotografia. Trocar Andrzej Sekula e Guillermo Navarro, dos filmes anteriores, pelo competentíssimo Robert Richardson (Vivendo no Limite, 99) foi um presente que proporciona um espetáculo visual absolutamente delicioso de assistir. Isso fica claro na cena em que a personagem de Uma Thurman tem que enfrentar um bando de dezenas de mafiosos japoneses mascarados de Besouro Verde. Richardson retira a cor e depois a devolve, retira a luz e depois a devolve, e abre um painel de inverno que provoca êxtase visual. Neste momento, a introdução de Don’t Let Me Be Misunderstood, do Santa Esmeralda, é a inesperada trilha sonora.



No entanto, apesar de sua excelência técnica, Kill Bill conquista pelo que sempre fascina nos filmes de Tarantino: os detalhes e a costura. Da cena de abertura, ao som de Nancy Sinatra à aparição de Daryl Hannah (a estrela reloaded da vez) numa seqüência já antológica. E há Chiaki Kuriyama, que desenvolve sua Gogo como uma personagem extremamente sedutora. Mas a parte que me deixou arrepiado mesmo foi a solução encontrada para apresentar a origem da personagem de Lucy Liu. Para um fã de quadrinhos e desenhos, ver a história ser contada em anime foi algo devastador de tão inesperado, que remeteu guardadas as proporções ao livro Gen, de Keiji Nakazawa.

É, é bom sim. Muito bom. A vingança pode ser um prato delicioso se o molho por preparado pelo cineasta certo.

Epílogo. Não sei como terminar este texto.

* Antes que achem que eu estou apenas lançando frases de efeito, explico: é meio inquestionável que a estética e a linguagem dos filmes de Tarantino, Pulp Fiction, em especial, não apenas são as mais influentes dos últimos dez anos, mas ajudaram a desenhar o cinema de hoje.

KILL BILL - VOL. 1
Kill Bill: Vol. 1, Estados Unidos, 2003.
Direção e Roteiro: Quentin Tarantino.
Elenco: Uma Thurman, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Daryl Hannah, Michael Madsen, Sonny Chiba, David Carradine, Julie Dreyfus, Chiaki Kuriyama, Gordon Liu, Michael Parks, Michael Bowen, Jun Kunimura.
Fotografia: Robert Richardson. Edição: Sally Menke. Direção de Arte: David Wasco e Yohei Taneda. Figurinos: Kumiko Ogawa e Catherine Marie Thomas. Música: The RZA (e D.A. Young). Produção: Lawrence Bender.

nas picapes:
Changes, David Bowie
Velvet Godmine, David Bowie
Obediência, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta
Onde Ir?, Vanessa da Mata
Il Grande Duello, Luis Bacalov

20 de abr. de 2004

PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM

Documentário mergulha nas favelas para descobrir as motivações do hip hop.



Nada como rock'n'roll. A reunião do triunvirato guitarra-baixo-bateria com a rebeldia adolescente completa seus cinqüenta anos de grandes músicas, grandes discos e grandes mitos. Em suas cinco décadas de história, o rock ganhou centenas de vertentes e fusões, definiu tendências visuais e de comportamento. Virou moda, saiu da moda, confunde-se com estilo de vida. Mas por ser tão imenso em seu universo particular, abrigou vários movimentos, mas nunca foi um verdadeiro movimento. De um outro lado, o hip hop é uma manifestação relativamente recente. Somente em meados dos anos 80, com a explosão da versão que o Run DMC fez para Walk This Way, do Aerosmith, é que o mundo realmente ouviu com atenção aquele som, aquela cultura. Nascido nos guetos negros, o hip hop não somente ganhou o público por sua inovação musical. O ritmo, a poesia e os ritmos das ruas ganharam caráter social, viraram bandeira, panfleto e representação de identidade.

O tempo mudou as cores do movimento. O hip hop e tudo que ele engloba deixou de ser negro e passou a representar a periferia social. Dos bairros nova-iorquinos, a música ganhou rapidamente o mundo. França, Rússia, Brasil. Países com histórias musicais completamente diversas da dos Estados Unidos reproduziram e mais tarde recriaram cada um a sua maneira o hip hop. Num momento em que Fala Tu, de Guilherme Coelho, leva aos cinemas parte desta cultura, é um documentário simples que me leva a escrever este texto. Aqui Favela - O Rap Representa se passa nas periferias de São Paulo e Belo Horizonte. Lá, contando pedaços da história de meninos e meninas pobres, a dupla de cineastas faz entender porque essa cultura paralela que está espalhada por todos os lugares é tão rica, forte e representativa.

Sem necessidade de pareceres ou determinações, o filme constrói sua "mensagem" (sim, este filme tem uma) através da sucessão dos depoimentos colhidos. Do garoto que se despede da mãe e se prepara para ir tocar na noite ao pós-adolescente que mostra com orgulho seu bebê nos braços, o documentário define os personagens desta história. O hip hop é o caminho, a verdade e a vida de uma geração inteira (ou mais de uma) que vive isolada num espaço com restrições de liberdade, informação e perspectivas profissionais. Milhares de pessoas que têm na música sua voz. E isso vai dos anônimos às celebridades. A entrevista extremamente lúcida e apaixonada de Thaíde define bem essa idéia: "através do hip hop, a gente descobriu que não existe limite. Você tem o direito de avançar aquele ponto que você ia sempre. Você tem direito. Entendeu?".

Com uma habilidade pouco vista nos documentaristas brasileiros (exceto Eduardo Coutinho, indiscutivelmente o melhor deles), os cineastas acariciam seus entrevistados a ponto de que o espectador muitas vezes assuma a condição de amigo do personagem. O filme tenta se despir ao máximo de ser janela para deixar todos confortavelmente sentados na sala de estar da vizinha. Aqui Favela - O Rap Representa é mais genuíno que muito produto tipicamente nacional. E faz isso sem muito esforço.

AQUI FAVELA, O RAP REPRESENTA
Aqui Favela - O Rap Representa, Brasil, 2004
Direção, Produção e Roteiro: Júnia Torres e Rodrigo Siqueira.
Fotografia: Léo Ferreira. Direção de Arte: Julio Dui.

nas picapes: Goodbye To Love, American Music Club.

19 de abr. de 2004

FASE DOIS: O PRÓXIMO CAPÍTULO

Chega de bobagem e chega de preguiça. Hoje é o último dia da deplorável fase atual deste blog. Fase de caos criativo e de estagnação de idéias. A partir de amanhã, eu prometo retomar o ritmo de postagem de antes, dividindo com vocês meus parcos pensamentos sobre o mundo e os filmes. Não sei explicar muito bem o tal do caos. Acho que nem se explica isso. Próxima pergunta. Não vou mais pros Pixies. Deveria era pegar o avião e ver o Cláudio tocar no Skol Beats, mas acho é que vou dar um tempo. A seguir, uma listinha das coisa que eu mais fiz nestes dias de não-postagem:

1) nada;
2) conversei no MSN;
3) me recriei no The Sims (agora eu sou um x-man e moro com Tempestade, Kitty Pryde e Colossus);
4) chafurdei o Orkut;
5) trabalhei;
6) dormi até tarde.

Até amanhã.

P.S.: o Teco arrumou os arquivos do blog. Agora dá pra ver que águas passadas não molham os pés.

13 de abr. de 2004

Levante e Crie

O Giuliano, cara talentoso, autor de belos textos de ficção-científica, lançou o movimento. Gostei tanto da idéia que resolvi colocar o link aqui.

12 de abr. de 2004

SAVANA INTERIOR

Caroline Link promove uma viagem pelas desilusões de uma família em seu último filme



Lugar Nenhum na África fica melhor ao assisti-lo sem muitas expectativas. A diretora Caroline Link não animou muito com seu longa anterior, A Música e o Silêncio, um filme chato e cheio de clichês de um cinema europeu que quer ser belo e delicado. Teve que ir para o continente mais pobre do mundo para fazer um filme mais rico. A história da família alemã, que foge de seu país e se autoexila na África pouco antes da Segunda Guerra, é conduzida como uma história de solidão. Solidão a dois. Na figura da esposa-mãe bem interpretada por Julianne Köhler, centra-se a discussão sobre o fim do amor e a manutenção de uma relação cujo fim parece ter se anunciado há tempos. Link conduz seu filme com equilíbrio entre a boa profundidade nos diálogos, provavelmente fornecidos pelo romance autobiográfico em que se baseia o roteiro, e o ritmo ágil. A diretora abre mão do óbvio ao não explorar a África como paraíso exótico de costumes esquisitos, mas contar o dia-a-dia dos membros da família exilada. Explora os espaços vagos, o vazio interior, a falta de perspectiva, a evaporação dos sonhos de uma vida idealizada. Os personagens são bem definidos, redondinhos e mudam o tempo todo, o que é muito bom. O mergulho mais íntimo impressiona quem só conhecia a bobagem do filme anterior. Lugar Nenhum na África é uma bela surpresa. Bem mais do que se poderia esperar.

LUGAR NENHUM NA ÁFRICA
Nirgendwo in Afrika, Alemanha, 2001
Direção e Roberto: Caroline Link, baseado no romance de Stefanie Zweig.
Elenco: Julianne Köhler, Merab Ninidze, Sidede Onyulo, Matthias Habich, Lea Kurka, Karoline Eckertz, Gerd Heinz, Hildegard Schmahl, Maritta Horwarth, Regine Zimmermann, Gabrielle Odinis e Bettina Redlich.
Fotografia: Gernot Roll. Montagem: Patricia Rommel. Direção de Arte: Susann Bieling e Uwe Szielasko. Música: Niki Reiser, com música adicional de Jochen Schmidt-Hambrock. Produção: Bernd Eichinger, Peter Herrmann e Michael Weber.

nas picapes: What Would Brian Boitano Do, Eric Cartman, Kyle Broflovski e Stan Marsh.

5 de abr. de 2004

DOA A QUEM DOER

Mel Gibson conta os momentos finais da história de Jesus para falar de intolerância. Logo quem...



Kyle Rayner é o Lanterna Verde da Terra. Ou pelo menos era. Depois de uma crise pessoal, ele resolveu se afastar da sua missão de herói. A decisão não tem apenas um motivo, mas vários. O ápice aconteceu quando um amigo de infância de Kyle foi espancado até o coma porque era gay. O herói não conseguiu entender as razões para aquilo. Como alguém não aceita quem age, pensa ou é diferente apenas porque esta pessoa age, pensa ou é diferente? De que adiantavam todos aqueles poderes que tinha se não poderia mudar isso, se não poderia ajudar um amigo? Kyle pensou em mudar o mundo, voltar no tempo e evitar a tragédia. Mas de que adiantaria fazer isso se as pessoas continuariam a pensar assim? Então, ele decidiu se afastar.

Mel Gibson nunca foi exatamente um herói, apesar de já ter interpretado alguns. Ele conhece bastante sobre a intolerância. Gibson é um cristão, como deve ser a maior parte dos leitores deste blogue, e a figura central da sua religião, o messias, o filho do deus em Gibson acredita foi um dos maiores alvos da intolerância na história do planeta. Jesus Cristo foi perseguido, preso, torturado e crucificado até sua morte. Uma história de sangue e violência que não apenas mitificou sua imagem, como criou uma das mais difundidas religiões do mundo. Uma crença tão forte que um império inteiro, o próprio império nas mãos do qual Jesus morreu, sucumbiu perante ela. Durante dois mil anos, o Cristianismo seguiu, incólume, sua carreira de sucesso até que passou a ser atacado pelos excessos que sua unanimidade gerou.

Gibson, um homem ortodoxo, de crenças firmes, resolveu então contar a história do criador de sua religião, reforçando o quanto quem é diferente incomoda. A Paixão de Cristo, não é mais novidade para ninguém, narra os acontecimentos das últimas doze horas da vida de Jesus, um recorte interessante que funciona bem para quem quer dissertar sobre a intolerância religiosa. E é inegável que Jesus foi alvo dela. Me parece bastante nobre querer defender suas crenças, perpetuar a história em que se acredita, mas os fins nem sempre justificam os meios. Por causa de seu filme, Mel Gibson foi chamado de anti-semita, já que os sacerdotes judeus, são ressaltados como maiores responsáveis pela morte do protagonista da história. No entanto, esse não parece ser o maior questionamento a se fazer sobre o filme. Na ânsia de mostrar o quão intolerantes foram judeus e romanos com Jesus, Gibson se mostra intolerante contra absolutamente todos que não creiam no que ele acredita.

Primeiro, quem não é discípulo de Jesus é mostrado como selvagem, inescrupuloso ou fraco. Os soldados romanos são tão completamente bárbaros que não raro pode-se compará-los a animais, os sacerdotes judeus querem apenas o estabelecimento de seu status quo religioso, e Pilatos, coitado, é apenas um governante sem pulso, que se rende ao que parece agradar mais. Por outro lado, muitos dos que cruzam o caminho de Jesus rapidamente se convertem a suas crenças, vide o soldado que tem a orelha recomposta pelo messias ou o jovem que o ajuda a carregar a cruz. A questão não é discutir o carisma de Jesus, mas a adequação dessa informação na intenção da narrativa construída pelo cineasta.

Gibson é autoritário ao defender sua visão religiosa. É tão arrogante que se dispõe a usar o próprio personagem que o guia para vender seu peixe talvez porque conheça as propriedades multiplicativas do toque de Jesus. Gibson chicoteia e espanca Cristo com riqueza de detalhes, explorados com precisão e sutileza pela câmera de Caleb Deschanel, que já tinha mostrado a fúria de um cavalo selvagem em O Corcel Negro. Aqui, os cavalos selvagens são os soldados romanos que extraem do messias do Cristianismo o máximo possível de sangue. Deschanel passeia pela formação de cicatrizes, pelo surgimento de abcessos, pelas possibilidades plásticas de uma chicotada atingindo a carne.

Monica Bellucci, estuprada por mais de dez minutos no questionado Irreversível (Gaspar Noé, 2002), assiste chocada a interminável exibição do sadismo contra o que é diferente. Deve ter pensado o quão mínimo foi o sofrimento de sua personagem naquele filme frente a uma cena deste tipo. Pois é, Gibson conseguiu mostrar como as pessoas podem ser cruéis gratuitamente contra quem representa o contrário daquilo que se acredita. Ou pior, quando não chega a ser o contrário, mas apenas não é igual. O diretor não banaliza a violência como se convencionou afirmar. Ele banaliza muito mais. Banaliza sua própria tentativa de discutir religião.

Difícil levar a sério alguém que precisa espancar seu próprio deus para apontar sua verdade. Difícil mesmo é acreditar nas intenções conciliatórias de alguém que baniu homossexuais do elenco e da equipe técnica de seu filme. Mel Gibson em A Paixão de Cristo é tão autoritário quanto George W. Bush na sua invasão ao Iraque. É tão inescrupuloso quanto o policial torturador que espanca sua vítima até que ela confesse pelo crime que nunca cometeu.

A PAIXÃO DE CRISTO
The Passion of the Christ, Estados Unidos, 2004
Direção: Mel Gibson.
Roteiro: Benedict Fitzgerald e Mel Gibson.
Elenco: Jim Caviezel, Maïa Morgenstern, Monica Bellucci, Claudia Gerini, Sergio Rubini, Giovanni Capalbo, Rosalinda Celentano, Francesco De Vito, Hristo Jivkov, Luca Lionello, Fabio Sartoir, Mattia Sbragia, Hristo Shopov, Luca De Dominicis.
Fotografia: Caleb Deschanel. Edição: John Wright. Música: John Debney. Direção de Arte: Franceso Frigeri. Figurinos: Maurizio Millenotti. Produção: Bruce Davey, Mel Gibson e Stephen McEveety.

nas picapes: Reverence, The Jesus and Mary Chain.


 
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